Tendências de comportamento e tecnologia para 2023

Wednesday, 10 de May de 2023

Neste ano já presenciamos avanços significativos no campo da inteligência artificial (IA), que estão moldando a forma como vivemos e interagimos com o mundo ao nosso redor. À medida que entramos em 2023, é importante analisar as tendências de comportamento que emergem nesse cenário em constante evolução.

E o nosso papel, neste momento, é explorar as principais tendências que moldarão nossa sociedade nos próximos meses. Diante disso, trouxemos algumas informações sobre tendências de comportamento e tecnologia para 2023, segundo relatório divulgado pela Bits to Brands e WGSN.

Inteligência Artificial

Desde seu surgimento, a IA tem revolucionado diversos setores e, em 2023, evoluiu exponencialmente. Grandes empresas têm investido em IA impulsionando sua adoção em vários aspectos da vida cotidiana. Uma delas, é a inteligência coletiva (IC), conceito que envolve a combinação de diferentes formas de conhecimento, incluindo o humano, o ecológico e o tecnológico, em busca de soluções mais eficientes para serviços e produtos. A combinação entre a eficiência da máquina e as qualidades humanas, como empatia, criatividade e intuição, permitirá a criação de soluções mais inovadoras e impactantes.

Diante de tendências como essa, veremos um aumento na democratização do mercado criativo, permitindo que mais pessoas tenham acesso às ferramentas e recursos necessários para expressar suas ideias. No entanto, a discussão passa a ter um novo caminho: e quanto às questões legais relacionadas à propriedade intelectual e aos direitos autorais?

Crescimento da Criatividade

Outro fator é que a criatividade humana será potencializada pelo crescimento das inovações em IA. À medida que a tecnologia avança, existem infinitas possibilidades para o crescimento da comunicação e expressão artística. Profissionais criativos, como designers, escritores, artistas e músicos, serão capazes de utilizar a IA como uma ferramenta poderosa para impulsionar sua criatividade.

A evolução do papel dos Influenciadores Digitais

Nos últimos anos, os influenciadores digitais se consolidaram como verdadeiras plataformas de mídia, utilizando sua imagem e capacidade de criação como ativos valiosos no mercado. O cenário das redes sociais, como sabemos, é volátil e as regras do jogo mudam constantemente, exigindo que os influenciadores se adaptem e inovem para alcançar o sucesso.

Hoje, eles já podem ser categorizados em três formatos, que vamos falar um pouco mais abaixo.

Influenciador como produtora

Anteriormente, a busca por influenciadores era baseada na quantidade de posts e stories que eles poderiam compartilhar. No entanto, as coisas estão mudando. Atualmente, o valor de um influenciador vai além do tamanho de sua audiência. Recursos como posts colaborativos e o conhecimento profundo das redes sociais permitem que os influenciadores desempenhem um papel fundamental na criação de conteúdo para marcas. Eles se tornam verdadeiras produtoras, assumindo responsabilidades que antes eram exclusivas de empresas especializadas, trazendo uma nova dinâmica aos negócios e beneficiando tanto os influenciadores quanto as marcas.

Influenciador como empresa

À medida que os influenciadores reconhecem o valor que podem gerar para as marcas, muitos deles estão buscando maneiras de capitalizar essa influência de forma ainda mais direta. Por que não promover produtos próprios em suas publicações? No entanto, essa abordagem requer a habilidade de identificar produtos que se conectem com sua audiência e que estejam alinhados com sua narrativa pessoal. Quando essa combinação é bem-sucedida, os influenciadores se tornam empreendedores, expandindo sua atuação para além do conteúdo e gerando engajamento e resultados financeiros significativos.

Influenciador como emissora

A ascensão de influenciadores como Casimiro desafia as fórmulas convencionais da internet. Diferente da maioria, ele não se dedica a fazer stories, gravar reels ou criar conteúdo para seguir tendências. Mesmo assim, sua autenticidade ressoa com sua audiência e viraliza em diferentes canais e formatos.

Vindo do mundo dos esportes, Casimiro construiu uma base sólida de seguidores ao comentar jogos de futebol de forma descontraída e espontânea, como se estivesse conversando com amigos em um sofá. Surpreendentemente, a FIFA reconheceu seu poder de influência e fez uma parceria inédita com ele, transformando-o em uma das transmissões oficiais da Copa do Mundo.

Essa colaboração envolveu a formação de uma equipe de comentaristas e repórteres, além do envolvimento de grandes marcas como patrocinadoras. Casimiro se tornou uma verdadeira emissora, redefinindo o modelo tradicional de mídia.

Branding que performa

A tendência de branding que está se fortalecendo nas estratégias de negócios. Enquanto as estratégias de performance focam na mensuração e na conversão imediata, a construção de marca busca atributos e percepção positiva a longo prazo.  A construção de marca se torna uma arma secreta para estratégias mais efetivas de comunicação, trazendo o pensamento estratégico de marca para se juntar aos gráficos de performance. Temos um exemplo como o Airbnb, empresa que reduziu o investimento em performance para focar em campanhas de construção de marca, obtendo resultados positivos.

Em 2023, a missão dos profissionais de marketing será encontrar o equilíbrio entre custo-benefício e conteúdo chamativo, bem como entre novos formatos e estratégias tradicionais. A necessidade de oferecer experiências de encantamento impulsiona o renascimento criativo guiado pela Web3 e a IA. O equilíbrio entre curto e longo prazo será priorizado, com investimentos em objetivos imediatos e construção sólida da marca a longo prazo. Os profissionais de marketing precisarão combinar dados e insights com criatividade, desenvolvendo estratégias abrangentes e colaborativas.

Redes menos sociais

Outra tendência para 2023: as redes menos sociais. Anteriormente, elas eram vistas como uma forma de conectar pessoas e construir círculos sociais. No entanto, com a ascensão do TikTok e outras mudanças no mercado, as redes sociais estão se afastando dessa ideia tradicional de “círculo social” e adotando novos papéis.

O TikTok, em particular, tem desafiado a ideia de seguir pessoas conhecidas e colocou o entretenimento em destaque. As pessoas não precisam mais seguir outras pessoas para consumir conteúdo, e muitas vezes não têm informações sobre os criadores de conteúdo que aparecem em sua página “For You”. Essa mudança de paradigma tem levado outras plataformas a tentar capturar essa mesma dinâmica, tornando-se assim redes cada vez menos sociais.

Isso levanta questionamentos sobre o futuro das plataformas. Tudo será “tiktokzado”? É provável que outras empresas adotem elementos da experiência do TikTok em suas propostas de valor, utilizando algoritmos para recomendar conteúdos com base nas preferências dos usuários. Essa tendência pode ser observada, por exemplo, na atualização da linha do tempo do Twitter, que agora possui duas abas, “Para Você” e “Seguindo”.

Cultura do Conforto

Enquanto o futuro se aproxima, observa-se um retorno ao passado que domina a cultura, a comunicação e a moda. A chamada cultura do conforto é uma tendência presente na comunicação e no comportamento de consumo, impulsionada em parte pelos nascidos nos anos 90 que agora estão entrando na fase adulta. Essa tendência foi acelerada pela pandemia e pela sensação de descontrole e desamparo, levando as pessoas a buscarem segurança no familiar e no simples.

A conexão emocional que as referências nostálgicas trazem tem gerado resultados positivos para as marcas em termos de visualizações e engajamento. Atualmente, há uma demanda crescente por atualizações, novas temporadas e reencontros de antigas referências, e as marcas estão recorrendo à nostalgia para impulsionar suas métricas em 2023.

A cultura do conforto pode ser resumida em três aspectos essenciais. Em primeiro lugar, ela representa a busca por memórias que evocam um senso familiar de alívio, como livros, filmes, séries e músicas que proporcionam uma sensação leve e agradável ao serem consumidos.

Outro ponto é a reinterpretação por gerações mais novas. Essa tendência não se limita às gerações mais maduras, mas também é adotada pelas gerações mais novas. O estilo de vida “déjà vu” ultrapassou os dias de confinamento e passou a ser uma ferramenta para lidar com problemas como a falta de oportunidades de emprego, instabilidade financeira e a toxicidade das redes sociais.

Por fim, o fenômeno do “anti bem-estar”. As gerações mais jovens estão se rebelando contra as demandas e pressões da indústria da beleza, redefinindo o significado de bem-estar. A busca por experiências autênticas e momentos de desconexão das redes sociais ganhou relevância, com os jovens europeus expressando a importância de marcas que apoiem seu bem-estar de forma genuína.

Diante disso, as tendências refletem cada vez mais um anseio por familiaridade, conforto emocional e experiências autênticas. Explorar o passado para encontrar segurança e conexão é crucial que as marcas se adaptem a essas mudanças e encontrem formas de se conectar com o público, impulsionando o engajamento e o sucesso em um mundo em constante transformação.

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Leia também: 56% das pessoas que diziam “nunca usar” o TikTok baixaram o app no Brasil

Fonte:
TENDÊNCIAS DE COMPORTAMENTO E TECNOLOGIA PARA MARCAS EM 2023 – Bits to Brands e WGSN.

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